Implantada em um grande lote de esquina, com uma chamativa empena cega voltada para a rua, essa casa projetada por Millan no começo da década de 1960 tornou-se uma das maiores referências da maneira paulista de interpretar o “Brutalismo”.
A pureza e o minimalismo com que o programa é concentrado em um volume único e prismático, sustentado por poucos pontos de apoio (apenas 8 pilares), balanços laterais, materialidade bruta, sem revestimentos, priorizando a estrutura de concreto armado como um exoesqueleto (pensada como pré-fabricada, porém executada com concreto usinado), com fechamentos, fenestrações e infraestruturas tratadas como peças industriais, vem da evolução do pensamento arquitetônico e diálogo daquela geração, criando enorme influência na arquitetura daquela década (idéias e posturas que iriam se cristalizar na obra de diversos arquitetos, como na de Paulo Mendes da Rocha, Sérgio Ferro, Rodrigo Lefévre, Décio Tozzi e dos já citados, influentes e influenciados, Joaquim Guedes e Vilanova Artigas).